
Isa Duarte Ribeiro
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Como uma segunda pele…
Uma jóia pressupõe um corpo em movimento - é como se fosse uma coreografia para esse corpo.
O interessante é explorar essa relação com o corpo, criando peças que interagem com a postura desse corpo, quer duma forma consciente ou inconsciente.
O corpo é um território complexo que não se pode comportar como um mero expositor, é necessário que crie um diálogo vivo com a peça de joalharia.
A joalharia é uma espécie de design do corpo, do corpo em movimento.
Atrai-me a ideia de uma peça nunca estar inteiramente pensada e, consequentemente, usada - a jóia tem que ser interpretada…
Agrada-me a ideia de alguém desejar possuir uma jóia minha, porque a sente como uma segunda pele; tal como a roupa, ela cria uma relação sensual com o corpo, porque a jóia é estimuladora dos sentidos.
Gosto de criar peças que sejam versáteis, que se adaptem a cada pessoa, a cada ocasião, que fluam com o corpo…
Por vezes procuro um design depurado, outras vezes, pelo contrário, exploro a jóia como se fosse uma urdidura - vou tecendo a prata imaginando um corpo que se virá enroscar nela.
Agrada-me pensar que existem corpos que só estão completos quando uma jóia se enrola neles, porque o corpo é como uma página em branco à espera de uma escrita…



