Comemoração dos 5 anos da PIN

Comemoração dos 5 anos da PIN
On the Other Hand
Exposição colectiva
Galeria Reverso

Rua da Esperança nº59-61
1200-655 Lisboa
Inauguração 11 de Set 19.00
11 Set a 09 Out

A ON THE OTHER HAND inicia o programa de actividades comemorativas do 5º aniversário da PIN - Associação Portuguesa de Joalharia Contemporânea.

Resultante de um desafio lançado a todos os associados da PIN, sobre o tema Cinco Dedos Uma Mão, a exposição reúne peças de 12 artistas nacionais seleccionados pela Reverso e a Umbigo de entre 25 concorrentes.

Como artistas convidados figuram o joalheiro catalão Marc Monzó e os artistas plásticos Rui Effe e Carla Gaspar / Filipe Rego (Cíclope ), bem como Tereza Seabra e Filomeno, sócios honorários da PIN.

Participantes Seleccionados : ALEXANDRA SERPA PIMENTEL + ANA ALBUQUERQUE + CATARINA DIAS + CRISTINA FILIPE + DAVID PONTES + DULCE FERRAZ + FILOMENA PRAÇA + FILOMENO* + INÊS NUNES +LEONOR HIPÓLITO + MADALENA AVELLAR+ MANUELA SOUSA + PAULA MADEIRA RODRIGUES + TEREZA SEABRA*

Curadoria: Paula Crespo (Reverso) | Miguel Matos e Elsa Garcia (revista Umbigo).

mais informações em www.reversodasbernardas.com

Alexandra Serpa Pimentel / Anel / Water Wisely, GreenFingers, 2009.   Ana Albuquerque / Pulseira / Rito de Passagem/Nascimento, 2009.  

Catarina Dias / Colar / Entre, 2009.    Ciclope* (Carla Gaspar e Filipe Rego) /  Fotografia, 2009.  

Cristina Filipe / Vídeo e moldura digital / Hero, 2009.   David Pontes / Pião, 2009  

Dulce Ferraz / Anel / 5+2, 2009   Filomena Praça / Dedais / “sem título”, 2009.  

Filomeno / Objecto / Autosuficiência /  2009.   Inês Nunes / Pin / Colar / Indicador direito, 2009.  

Leonor Hipólito / Objectos / Lab, 2009.   Madalena Avellar / Anéis / A mão que cura, 2009.  

Manuela Sousa / Luva, 2009   Marc Monzó* / Anel, 2009.  

Paula Madeira Rodrigues / Jóia para a mão, 2009.   Rui Effe* / Video / This is my body, 2009.  

Tereza Seabra* / Anel / A viagem das Formas, 2009.  

On the other hand...

Se a jóia é aquele objecto que só faz sentido em relação com o corpo, é com o corpo que ela é criada. É sempre uma mão que manipula a energia da matéria que, em última análise, dita como se deixa moldar. É sempre através de 5 dedos de cada mão que um anel irá parar a um outro dedo, um alheio dedo que lhe servirá de destino. 5 dedos de uma mão que serviram de metáfora para um desafio e que, por outro lado, se mostram agora.
São cinco os anos de caminho percorrido pela PIN, Associação Portuguesa de Joalharia Contemporânea. Cinco anos agora comemorados numa celebração em forma de exposição colectiva num ano que marca o início de muitos desafios que é preciso vencer. A exposição On The Other Hand tem a sua génese no convite que a associação dirigiu aos seus membros. A ideia foi partir da metáfora da mão como corpo, como símbolo, como número até. O lema inicial, 5 Dedos, Uma Mão congregou um conjunto de propostas de artistas joalheiros, seleccionadas, contextualizadas e agrupadas pelos curadores Paula Crespo (Galeria Reverso), Miguel Matos e Elsa Garcia (Revista Umbigo).
Exposição heterogénea por natureza, apenas por mero acaso as diferentes obras dos diferentes artistas joalheiros encontram pontos em comum entre si.
A mão como instrumento. Instrumento de investigação, instrumento de manipulação, de plantação, de evolução. É o caso de Leonor Hipólito numa vertente laboratorial ou de Alexandra Serpa Pimentel e Filomena Praça, numa evocação da natureza e da intervenção humana na mesma.
A mão como proporcionadora de prazer, sexual e não só, como nas propostas de Filomeno e de Ana Albuquerque.
A mão como arma, como delicada ferramenta de sedução ou agressão, nas obras de Manuela Sousa ou Paula Madeira Rodrigues.
Alguns autores decidiram enveredar pelo algarismo que conta os anos e os dedos. 5. Marc Monzó demonstrou que o minimal pode ser soberbo com um símples e minúculo número. Filomena Praça parte do 5 para um objecto orgânico de cariz ritual. Teresa Seabra evoca um amuleto para cada dedo e Madalena Avelar trabalhou o mesmo conceito num universo simbólico, feminino e delicado. Dulce Ferraz optou ela também pela numeração e marcou a presença física com um material translúcido como sombras encerradas em prata.
Catarina Dias e Inês Nunes vincaram as marcas do corpo pelas marcas da mão. A identidade como questão e afirmação num gesto de gravar o “eu” numa chapa – o dedo indicador de Inês Nunes. A forma de um puxão feito com os dedos, no molde dessa força captada em silicone por Catarina Dias.
A mão como geradora de cinética, no pião de David Pontes e no vídeo de Rui Effe que nos mostra uma dança de positivo/negativo, feminino/masculino com as palavras e a música encantatória de “My Consequence”.
Também Cristina Filipe seguiu a opção menos óbvia do vídeo numa poética sucessão de imagens obscuras mas geradoras de luz, seguindo a mão como sua portadora.
Finalmente, aludindo ao uso da jóia, mas salientando a sua ausência, as fotografias em 3-D de Carla Gaspar e Filipe Rego impressionam pelo realismo conseguido através da técnica e pela ironia transportada por gestos quotidianos que, descontextualizados, ganham força.
5 anos e muitas jóias. Muitas mãos as fizeram. Mas o que significam 5 anos e o que é afinal uma jóia?

Miguel Matos

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